Da mesma forma que um computador usa o código binário para executar programas, as nossas células usam o código inscrito no ADN para coordenar todas as actividades celulares. Da mesma forma que o código binário tem dois algarismos, o 0 e o 1, o código do ADN tem 4: Timina, Citosinina, Adenina e Guanina (T, C, A, e G). Estes algarismos agrupam-se em conjuntos de três formando um codão. cada codão codifica um aminoácido, e desta forma, cada gene (secção de ADN) codifica uma proteína. As células "lêem" o ADN e produzem as proteínas correspondentes, depois estas proteínas encarregam se da actividade celular: Servem de enzimas (aceleradoras de reacções químicas), de transportadoras, reguladoras, servem de estruturas...
Quando uma célula se divide, cada uma das células resultantes tem de ter uma cópia do ADN, então este é copiado. Às vezes esta cópia pode correr mal, e alguns erros podem acontecer, como por exemplo, numa das cópias, em vez de A, fica um C. Isto é uma mutação, e se um codão fica diferente (pois um dos algarismos ficou diferente) então pode codificar um aminoácido diferente o que vai dar origem a uma proteína diferente.
Esta nova proteína pode fazer o seu trabalho de forma igual à normal, o que resulta numa mutação neutra. pode fazer o trabalho pior que a normal, o que resulta numa mutação prejudicial, ou pode fazer um trabalho melhor que a normal, resultando numa mutação benéfica.
Estas mutações afectam a célula em que as mutações se formaram, e toda a sua descendência. Quando estas mutações ocorrem nos gâmetas (espermatozóides e óvulos) elas podem passar para a geração seguinte, isto é um dos factores que possibilita a evolução (pois a geração seguinte pode ter mutações benéficas) mas também pode causar mal formações ou originar doenças genéticas.
Os nossos organismos têm métodos de corrigir este problema: Quando uma célula se divide ocorrem várias verificações do ADN e do processo, se alguma coisa estiver errada, será corrigida, ou a célula será destruída. Os nossos corpos não são perfeitos, e como tal, às vezes estas verificações não detectam as mutações, o que permite a sobrevivência de algumas células mutantes.
Quando há uma mutação que afecta o sistema que regula a divisão de uma célula, essa célula pode se começar a dividir de forma descontrolada, originando um tumor:
Os tumores benignos crescem lentamente (pois as suas células dividem se lentamente) e são rodeados por uma cápsula fibrosa que impede as células do tumor de se espalharem. Os tumores benignos não são considerados cancro e são geralmente inofensivos, no entanto, apesar de ser raro, é possível um tumor benigno se tornar maligno. Nos raros casos em que podem causar problemas, podem ser facilmente removidos, mas muitas vezes regridem e desaparecem, no entanto podem voltar a formar-se.
As células cancerígenas precisam de nutrientes, que tiram do sangue, essencialmente estando a roubar os nutrientes que iriam para as células saudáveis. Isto pode causar a morte destas células saudáveis, o que abre espaço para as células cancerígenas crescerem, efectivamente substituindo as células saudáveis de um órgão. obviamente que isto não é bom, se uma grande parte das células pulmonares forem substituídas por células que não fazem o seu trabalho, a pessoa vai asfixiar.
Como estas células ocupam volume o crescimento de um tumor pode apertar os órgãos circundantes, o que pode resultar na sua perda de eficácia, e possivelmente a morte do doente.
Qualquer substância ou factor que aumente a ocorrência de mutações do ADN, também aumenta a probabilidade de cancro se desenvolver. Cigarros contêm muitas destas substâncias, e radiação, como raios ultra violeta também têm este efeito.
Os métodos de cura do cancro mais comuns são:
Cirurgia - Os tumores são removidos, mas muitas vezes, algumas células cancerígenas ficam para trás, continuando as suas divisões.
Radioterapia - Os tumores, e apenas os tumores, são destruídos com raios de elevada energia.
Quimioterapia - São administrados venenos que atacam células que se dividem rapidamente, como as células cancerígenas, as do sangue, e as que fazem pêlo. Durante este tratamento o doente fica (para além de careca) muito fraco, pois ficou com menos células sanguíneas. Há mais alguns efeitos secundários, mas no final do tratamento geralmente tudo regressa ao normal.
Quanto mais cedo um cancro é detectado, mais facilmente ele é destruído, e maior é a probabilidade de sobrevivência de paciente, desta forma, desenvolver métodos rápidos e baratos de detecção de cancro é algo extremamente importante.
Neste momento, 2 em cada 4 pessoas desenvolvem cancro a algum ponto das suas vidas, e 1 em cada 5 pessoas morrem por causa de cancro. É por isso que ele é assustador, as suas curas são incertas, não é contagioso mas pode afectar qualquer um a qualquer momento. É verdade que é possível diminuir as probabilidades de cancro ao não fumar, ou usar protector solar, por exemplo, mas não interessa quem és ou onde estás, ele poderá apanhar-te.
Hugo
Muito bom. Continuem assim e obrigado pela partilha.
ResponderEliminarPaulo gaspar
Obrigado, assim faremos.
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